ChatGPT tem impacto similar ao da invenção da internet, diz futurólogo alemão

José Miguel Pascual Labrador |

Palma (EFE).- O futurista e especialista em tecnologia Gerd Leonhard comparou o possível impacto do serviço de inteligência artificial generativa ChatGPT ao da invenção da internet, já que, na sua opinião, estamos diante da “primeira aplicação que simula muito bem a linguagem e o comportamento humano”.

Em entrevista à Agência EFE durante a conferência CON-X 2023, realizada nesta quarta-feira na cidade de Palma, na ilha espanhola de Mallorca, o alemão explicou que este sistema “utiliza toda a base de dados do mundo” para oferecer as suas soluções, o que o torna uma ferramenta muito poderosa.

Leonhard teme que o ChatGPT “tenha poder demais” e que os usuários se tornem “pessoas preguiçosas ou desinformadas” que permitem que as máquinas façam muitas tarefas, sem verificar os resultados ou diminuindo a criatividade que, na sua opinião, a personalidade humana traz.

“Um ser humano com uma grande ferramenta será melhor do que sem ela, pois será capaz de fazer o trabalho de forma mais eficiente. Além disso, a ferramenta nunca será o ser humano porque não tem sentido em si mesma”, comentou, acrescentando que a criação de uma regulamentação das novas tecnologias também deve ser acelerada.

Entre as medidas que ele propôs está, por exemplo, deixar claro nos conteúdos produzidos por ferramentas como o ChatGPT qual porcentagem pertence à inteligência artificial e qual não pertence, “para que saibamos que ainda há humanos por trás do trabalho”.

Com o lema “Uncut: Now it’s personal” (“Sem cortes: Agora é pessoal”, em tradução livre), a CON-X 23, organizada pela TravelgateX, buscou analisar a forma como as novas tecnologias, a gestão de dados analíticos e sociais e a personalização afetam a indústria do turismo.

Gerd Leonhard afirmou que continuaremos a viajar enquanto tivermos a necessidade de sentir, tocar ou cheirar, uma vez que “não somos máquinas baseadas em dados, imagens e simulações, somos humanos que gostam de experiências, de relações com outras pessoas, etc”.

Para ele, as tecnologias tornarão as tarefas rotineiras mais eficientes, mas toda a experiência ou julgamento humano permanecerá porque é “muito difícil” para uma máquina chegar a esse ponto.

“As máquinas poderão reservar passagens, organizar agendas e até dar recomendações, mas gosto de dizer que se eu pedir conselhos a um amigo sobre o que fazer em Maiorca, ele me dirá coisas melhores porque conhece melhor os meus gostos do que um robô”, afirmou.

Sobre a indústria do turismo e o receio – generalizado – de perda de postos de trabalho, Leonhard esclareceu que “se um robô tira o seu emprego é porque é rotineiro”, razão pela qual defendeu que o trabalhad

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